Tendinopatia do Tendão de Aquiles – O que precisa saber!

Tendinopatia do Tendão de Aquiles

 

O Tendão de Aquiles é uma estrutura incrivelmente forte que advém do músculo solear e gastrocnémios (gémeos) até se inserir no osso calcâneo (calcanhar). É o maior tendão do corpo humano e consegue suportar cargas superiores a 12x o peso do corpo durante a corrida. É um tendão envolvido em algumas das lesões mais comuns em corredores, principalmente de distâncias longas, pelo facto de o músculo solear ser de extrema importância nesta modalidade desportiva. Uma das lesões mais comuns é a tendinopatia (termo que engloba tendinite e tendinose) do tendão de Aquiles que afeta mais indivíduos do sexo masculino, de meia-idade que correm distâncias longas, mas pode afetar qualquer pessoa. A tendinopatia do tendão de Aquiles é uma lesão complexa que pode demorar entre 6 semanas a 1 ano a permitir que o atleta volte a treinar sem limitações.

 

Tipos de tendinopatia de Aquiles

De forma geral considera-se 2 tipos de tendinopatia do tendão de Aquiles com base no local (porção do tendão) dos sintomas:

  • Porção média do tendão: entre 2-6cm acima da inserção no calcanhar. É o tipo mais comum;
  • Insercional: zona mais distal onde o tendão se insere no calcanhar;

 

Sinais e sintomas de tendinopatia de Aquiles

  • Dor ao apertar o tendão (porção média) ou ao pressionar contra a inserção no calcâneo (Insercional);
  • Dor com aumento de carga/esforço;
  • Dor maior em carga em posições de flexão dorsal do tornozelo;
  • Engrossamento do tendão;
  • Rigidez matinal nos primeiros passos;
  • Melhora com movimento suave;
  • Dor em repouso após esforço;

 

Fatores de risco

Extrínsecos:

  • Corrida de trail e/ou treino de velocidade;
  • Recuperação inadequada do treino;
  • Transição inadequada para calçado minimalista na corrida;
  • Consumo de álcool e consumo de antibióticos específicos.

 

Intrínsecos:

  • Fraqueza dos flexores plantares do tornozelo;
  • Déficit de mobilidade do tornozelo;

 

Estratégias para diminuir a sintomatologia

  • Reduzir atividades que esforcem o tendão (ex: correr e saltar);
  • Minimizar posições de compressão através de órteses (palmilhas, etc) principalmente no caso da tendinopatia Insercional;
  • Plano de exercícios personalizado e específico pelo menos durante 3 meses dentro de um plano de tratamento global;

 

Aspetos a considerar no retorno à corrida:

 

  • Correr com uma passada do tipo rear-foot strike (ataque de calcanhar) coloca menos stress no tendão de Aquiles do que uma passada do tipo mid ou forefoot strike (medio ou antepé).
  • Aumenar 5% na cadência de um ritmo de corrida estabelecido leva uma passada mais pequena e reduz a carga sobre o tendão de Aquiles.
  • Correr em estrada deve ser priorizado em comparação com correr na passadeira, visto que esta última coloca maior carga no tendão de Aquiles.
  • Correr em pisos mais rígidos reduz o risco de lesão do tendão de Aquiles, por isso deve ser evitado correr em superfícies como a areia aquando desta lesão.

 

 

Artigo elaborado por:

Tiago Duarte

Fisioterapeuta – Ft. Avançada, Ft. Desportiva e Performance;